1 de abr. de 2012

Estado, capital e sociedade!

      
      O forte comprometimento do Estado com o capital implica a expansão do poder Executivo, em detrimento do legislativo. Em um país de tradição política autoritária, no qual predominam o pensamento e a prática que privilegiam a missão "civilizatória" do Estado na sociedade, o alargamento do poder econômico do Estado implica a expansão do Executivo. Tanto assim que os estados se transformam em um poderoso agente da indústria cultural, por suas implicações não só econômicas, mas  também políticas e culturais.
     À medida que se alarga o poder estatal, redefine-se e modifica-se a relação do Estado com a sociedade, compreendendo as diversidades e as desigualdades sociais. Na prática, o poder estatal de amplos setores da sociedade  civil. Operário, camponeses, empregados, funcionários e outro, compreendendo negros, mulatos, índios, caboclos, imigrantes e outros, sentem-se deslocados, não representados, alienados do poder.   

Mercado de trabalho e condições de vida!

 
      Na década de 1990, um novo componente na análise das desigualdades sociais: o foco sobre as questões relacionadas ao emprego e às condições de vida dos trabalhadores e pobres da cidade.
     Assim, passaram a ter primazia nas análises os temas: emprego e desemprego, mercado formal e informal, estratégias de sobrevivências das famílias de baixa renda, mensuração da pobreza e linha de pobreza. A preocupação era conhecer a deterioração das condições dos trabalhadores urbanos e das populações periféricas da cidade. 
    A questão racial continuou presente e a questão das classes sociais permaneceu no foco, constatando-se a crescente subordinação do trabalho ao capital, tanto na cidade como no campo. A questão de gênero ganhou espaço, destacando principalmente a situação desigual das mulheres em relação à dos homens.

O fim da URSS!

     O resultado foi um desastre completo. Se compararmos os efeitos positivos do colapso da União Soviética e de seu sistema político aos seus efeitos negativos, eu diria que estes últimos são incomparavelmente maiores. E isto certamente vale para a maioria dos russos.
     Russos mais velhos dizem que preferiam retornar à década de 1970, sob o governo de Brejnev. Um sinal claro do desastre russo é o fato de que a nera Brejnev possa aparecer como uma época de ouro para os russos. No Ocidente, simplesmente não fazemos a menor ideia das dimensões da catástrofe humana que se abateu sobre a Rússia. Ela significa a inversão total de tendências históricas: a expectativa de vida da população masculina caiu dez anos ao longo da última década, e grande parte da economia reduziu-se à agricultura de subsistência. Não aconteceu nada similar ao século XIX!